domingo, 16 de outubro de 2011

Continuar navegando...

Nossa existência lembra o riacho buscando o mar.

Surgem pedras, barreiras e obstáculos.

Riacho inteligente, contorna, assimila, passa por cima, passa por baixo, sempre encontrando um jeito de prosseguir porque o mar chama, convida.

Porque o mar é seu endereço final.

Riacho bobo fica rodeando a pedra, o desafio, a barreira.

O rio atinge suas metas, porque aprende a superar dificuldades.

Continuar navegando é...
Perseverar quando a maioria desiste.
É sulcar as águas, quando outros já ancoraram.
É chutar longe a tristeza, fazendo um pacto sagrado com a paz.

Continuar navegando é...
Embeber-se de infinitos, na coragem de quem enfrenta o impossível.
É o mergulho fundo de quem atravessa a casca.
É insistir no válido e nobre, quando outros desalentam.
É colher trigo bom, num campo atapetado de joio.
É ser jovial face aos problemas, indulgente com os menos prendados, afável com os mais velhos e irmãos de todos.

Continuar navegando é...
Construir templos de fraternidade, com as pedras que jogam em nossos telhados.
É suar a camiseta, quando a maioria já saiu de campo.
É recomeçar, cada dia, mesmo que seja sobre ruínas e cinzas.
Fixando as flores, esquecendo os espinhos.
Fazendo da vida uma prece.

Continuar navegando é...
Falar palavras mansas... Florir ternura onde outros praguejam.
É dar voto de confiança, onde a maioria descrê e se acovarda.
É divinizar o humano e espiritualizar o terreno, pendurando sorrisos de alegria e gratidão até nos galhos secos do cotidiano.
É retornar às fontes da simplicidade cultivando o silêncio como se fosse um oratório.
Sempre e em tudo com a profunda vontade de...
Ser... Cantar... Crescer... Servir... Amar.

Pe. Roque Schneider

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