sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Baú de recordações

No armário, tantos papéis antigos, fotos amareladas
quem neles toca, nada sente, nada vê, não dizem nada
só eu posso sentir em cada um, um pedaço de uma história
coisas que um dia sem que eu queira podem se esvair da memória

Guardados com carinho, amarelecidos pelo tempo já passado
emoções, que voltam enternecendo um coração cansado
lágrimas impressas que eu não pude ou não consegui evitar
umedecendo cada pedaço de papel, que o tempo não pôde secar

Páginas de uma vida guardadas no baú do tempo
são só restos esquecidos de uma vida ida
que eternizaram cada dia, cada momento
de uma história que nunca poderá ser repetida

É minha única riqueza, uma vida de lutas e sacrifícios
os amores que vivi, as saudades que guardei
fotos são fatos que não se perdem no tempo
fotos é um espelho, onde talvez antes, não me olhei

Cada uma traz uma lembrança, uma saudade
hoje, muitas nem parecem me retratar
talvez porque o destino assim preferiu
deixar apenas uma marca em meu lugar.

Célia Jardim

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