quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Meu pecado preferido

Estou perdido de amores por ti
Mas ainda nem senti teu corpo
Nem provei teu beijo,
Apenas tua imagem em meus desejos,
Segue tua silhueta no horizonte.

Tu és o fogo que minhas veias incendeia,
A luz que meus passos, ilumina,
Seduz e alucina
Meu doce perigo.

És como uma canção,
Ao vento, imaginária,
Dissipando a solidão.

Como uma cascata de águas cálidas,
Seguindo seu curso lentamente.

És meu fruto proibido,
O jardim onde não posso entrar,
És o meu sonho escondido,
Que a realidade vai mostrar,
És o meu pecado favorito.

By Daniel Fiuza

domingo, 25 de dezembro de 2011

Teus dedos suaves

Que teus dedos suaves

Passeiem pelo meu corpo,

E que se fechem nas curvas

Que se curvam ao teu passar...

.

Que teus dedos suaves, acariciem,

Meu corpo de medos e arrepios,

Serelepes e faceiros ao andar...

.

Que teus dedos suaves, acalente-me,

E que teus braços me abracem,

E que tua boca me cubra de beijos sensuais.

.

Que teus dedos suaves, toquem-me,

Com delírio e desejo,

Que trace com teu pincel

Finos desenhos...

.

Que teus dedos suaves, amem-me,

Onde ninguém, jamais,

Ousou amar.

.

Que teus dedos suaves, possuam-me,

Nas delicias de um amor

Sem fim.

(Delasnieve Daspet)

Afinal, quando nasceu Jesus?

Todos os anos comemoramos
No dia 25 de dezembro o nascimento de Jesus,
Que veio ao mundo nos ensinar a amar.
.
Todos sabemos que, na verdade,
Ele não nasceu nesse dia,
Apenas uma data provável.
Afinal, quando nasceu Jesus?
.
Para Francisco de Assis,
Jesus nasceu quando despojou-se de tudo
Para segui-lo, em Assis.
.
Para Pedro, Ele nasceu –
quando o galo cantou,
Pela terceira vez!
.
Para Lázaro
quando O ouviu chamar:
“Levanta, e vem para fora!”
.
Para Saulo – no caminho de Damasco,
Quando O ouviu interpelá-lo:
“Saulo, Saulo – por que me persegues?”
.
Para mim, Jesus nasceu e nasce todos os dias e horas.
Quando criança – no amor de meus pais e de minha irmã;
Quando meu olhar se perdia, embevecida,
Nas curvas do Rio Tereré;
Nos gorjeios dos pássaros, pela manhã,
No Rancho Alegre, lá em Porto Murtinho
De minha meninice.
.
No vôo rasante das aves de rapina,
Na manada de caititus,
Na onça pintada, sempre à espreita,
No mugido das vacas no mangueiro,
Dos peixes de nossos rios de águas límpidas,
Nos cerrados do Pantanal.
.
Quando a chuva tamborila e renova a terra;
Quando o sol nasce e se põe entremeado pela lua,
Quando o vento sul limpa o céu
Que se anila de alegria.
.
No amor terno e eterno que vivencio;
Quando segurei em meus braços,
Pela primeira vez, os meus filhos;
Nos meus pequenos animais,
Nas crianças que escolhi acompanhar.
.
Nos amigos ternos e fieis,
Que tenho pelo mundo,
No carinho que recebo de pessoas que nem conheço;
No sorriso triste do faminto,
Nos abandonados de toda sorte,
Nas mãos estendidas,
Na velhice solitária.
.
Nos que tem fome de atenção,
De uma palavra terna e amiga;
No sorriso de uma criança...
Em todos esses momentos,
Jesus nasceu!
.
Nasce todas as horas,
Quando – em versos – canto a minha poesia,
Exerço a faculdade da escolha,
.
Diariamente, tenho oportunidade,
De vivenciar o Seu nascimento;
E, é nesses momentos que se cumpre
A promessa de um novo tempo!

Delasnieve Daspet

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Fonte

Fonte...
Um dia, divino alimento... leite!
Outro dia, profana entrega... deleite!

Fonte...
Que alimentou a fome inocente...
Que saciou a sede indecente!

Fonte...
Que embalou doces sonos...
Que despertou picantes sonhos!

Fonte...
Aonde a inocência suave
de um filho bebeu...

Aonde o desejo do amor mais intenso,
alguém um dia viveu!

Fonte...
Um vale... entre dois montes.
Que da inocência
ou da pior incoerência,
deu vida aos inocentes
e aos indecentes.

Fonte...
Eterna flor...
Um Seio-flor,

Beija-flores...
Aonde bebem suavemente
o néctar de tudo
o que é mais lindo
e que se chama amor!

(Andréa Maia)

Por teu beijo

Mordo os lábios
fecho os olhos.

Sufoco antigos desejos
enterro velhas ilusões
replanto sonhos
cultivo novas esperanças...

Por teu beijo...
faço renascer
sentimentos que um dia,
deixei morrer!

Pelo desejo do teu beijo,
me permito mais uma vez...
de amor viver!

Andréa Maia

Mulher nua

Desnudei o pré-conceito
Vesti o que a meu ver é o direito
Desatei as amarras da minha vida
Peguei o leme da minha biografia
Caminhei pela rua
Envolta em véus
Regada pela lua
Vi surgir meus passos
Selecionando as pedras
Onde o pisar firme
Podem alcançar objetivos
Ainda que sofridos
pelo tempo perdido
Mas livres dos atropelos
Aguardando o sol
Que vem surgindo
No horizonte não mais longínquo
Esperando as vestes
De braços fortes
Coração ardente
Em redigir uma nova página
De um anjo chamado mulher
Edificando Nua em Poesia!

Tânia Ailene

Soneto: Riso e pranto

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(V.M.)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Neste Natal

Desejo que neste Natal, antes de você perceber Jesus nas luzinhas que piscam pela cidade, você O encontre primeiramente em seu coração. E, à frente de qualquer palavra que expresse seu desejo de um feliz Natal, O encontre em suas ações.

Que você O encontre não só na alegria que sente ao sair das lojas com presentes
para as pessoas que você ama, mas também na feição triste da criança abandonada
nas ruas, na qual muitas vezes você esbarra apressadamente.

Que você encontre Jesus no momento em que pegar nas mãozinhas delicadas de seu filho, lembrando-se das mãozinhas pedintes, quase sempre sujas de calçada, que só sabem o que significa rudeza.

Que você O encontre no abraço de um amigo, lembrando-se dos tantos que só têm a solidão como companheira.

Que você O encontre na feição do idoso da sua família, lembrando-se daqueles que tanto deram de si a alguém, e hoje são esquecidos até pela sociedade.

Que você O encontre na lembrança suave e sempre viva daquela pessoa querida que já não está mais fisicamente ao seu lado, lembrando-se daqueles que já nem se recordam mais quem foram, enfraquecidos pelo vazio de suas vidas.

Que você encontre Jesus na bênção de sua mesa farta e no aconchego de sua família, lembrando-se daqueles que mal alimentam-se do pão e sequer um lar têm.

Que você O encontre não apenas no presente que troca, mas principalmente na vida que Ele lhe deu como presente.

Que você lembre-se, então, de agradecer por ser uma pessoa privilegiada em meio a um mundo tão contraditório!

Que você também encontre Jesus à meia- noite do dia 31 e sinta o mistério grandioso da vida, que renasce junto com cada ano.

Então festeje... festeje o ano que acabou não apenas como dias que se passaram, e sim como mais um trecho percorrido na estrada da sua vida!

Festeje a alegria que lhe extasiou e a dor que lhe fez crescer!

Festeje pelo bem que foi capaz de fazer e pelo mal que foi capaz de superar!

Festeje o prazer de cada conquista e o aprendizado de cada derrota!

Festeje por estar aqui!

Festeje a esperança no ano que se inicia, no amanhã!

Festeje a vida!

Abra os braços do coração para receber os sonhos e expectativas do ano novo.

Rodopie... jogue fora o medo, sinta a vida!...

Sonhe, busque, espere... ame e reame!

Deixe sua alma voar alto... pegar carona com os fogos coloridos.

Mentalize seus desejos mais íntimos e acredite: eles também chegarão ao céu.

Irão se misturar às estrelas, irão penetrar no Universo e voltarão cheios de energia para tornarem-se reais.

Basta você querer de verdade, ter fé e nunca, NUNCA desistir deles!

E que seu ano novo seja, então, plenificado de bênçãos e realizações.

Fernanda Campos Scialla

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Gratidão

Agradeço, alma irmã, por tudo o que me deste,
O auxílio fraternal, generoso e sem preço,
O teto, o lume, o prato, o reconforto, a veste,
Tudo isso agradeço....

Sobretudo, alma boa,
Deus te compense o coração amigo,
Por teu olhar de paz que me alenta e abençoa
Na estrada em que prossigo.

Viste-me em solidão,
Esperança caída sem ninguém...
Deste-me apoio com teu braço irmão
E ergui-me de alma nova para o bem!....

Não há palavra com que te defina
O reconhecimento que me invade,
Ao sentir-te no amparo a presença divina
Da Celeste Bondade.

Deus te guarde no excelso resplendor
Da luz com que me aqueces todo o ser,
Porque me refizeste a certeza do amor,
A benção de servir e a força de viver.

(Maria Dolores)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Quem é você?

Quem é você,
que me seduz com a ausência,
que me deixa encantado,
que me irrompe os sonhos,
que me envolve em fantasias?

Quem é você,
que invade o meu destino,
que me tira a vergonha,
que me desnuda o instinto,
que me põe em desatino?

Quem é você,
que me acena com a felicidade,
que me banha com gentilezas,
que me possui à distância,
que me aguça os sentidos?

Quem é você,
que parece ter a leveza da luz,
que me envolve com sutileza,
que me fascina com delicadezas,
que me promete sem prometer?

Quem é você?
Um anjo?
Um demônio?
Quem é você, afinal?

Vais... se tens que ir...

Vai, se tens que ir.
Busca por teus sonhos,
Por outro amor,
Outro sentir.
Busca novas aventuras,
Novos desejos.
Busque esse novo prazer,
Com quem quiseres.
Está livre para seguir,
Como quiseres,
Busque o infinito de teu ser,
Outra filosofia para viver,
Até mesmo,
Aquele alguém do passado,
Que naquele passado, era presente,
Era o teu amor intitulado.
E, se por acaso te cansares e,
Das voltas que a vida dá,
E por ventura, teu pensamento
Me buscar,
Se desejares, volta.
Ainda me encontrarás,
Serei o teu amor,
Que era o teu passado.
Mas que era o teu presente,
E venceu a saudade,
As lágrimas sentidas,
A dor da perda,
Olhos cansados da procura,
Das horas olhando o vazio,
E toda forma de sentimento
Que tua longa ausência causou.
Mas ainda assim,
Estarei aqui.

Autor: Avelino

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Te procurei

Te procurei pela vida
Te procurei pelos bailes
Pelos mares... pelos ares...

Te procurei a cada amanhecer
Pensei nao te encontrar na rua
E fui te procurar na lua...
Entre as estrelas te busquei
Ah... como eu te procurei.

Te procurei nas feiras livres
Quanta esperança eu tive!!!
Pelas calçadas eu te buscava
Nos rádios e na televisão...
Incansável é este meu coração...
Te buscar é minha lei...
Meu castelo não tem rei...
E minha busca jamais irá cessar
Até o dia em que eu te encontrar.
(Meu anjo eu te encontrei)


Celia Piovesan

Rifa-se um coração

Rifa-se um coração quase novo. Um coração idealista.
Um coração como poucos. Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.

Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.

Um pouco inconseqüente que nunca desiste de acreditar nas pessoas.

Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu: "...não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero...".

Um idealista... Um verdadeiro sonhador...

Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural.

Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras.

Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros.

Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões. Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos.

Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo.

Rifa-se este desequilibrado emocional que abre sorrisos tão largos que quase dá
pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.

Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.

Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções.

Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário. Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer".

Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo. Um órgão mais fiel ao seu usuário. Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga. Um coração que não seja tão inconseqüente.

Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo.

Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree. Um simples coração humano. Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina.

Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e a ter a petulância de se aventurar como poeta.


Clarice Lispector

Amante

Amei um dia e outro,
não são lembranças apenas,
pequenas tolices de ir a lua e sonhar.

Quero-te livre como ondas do meu mar,
brilhando como estrela em céu limpo,
mudando o sorriso em cada toque,
como se nos olhos o amor ficasse.

Tudo seu transforma o dia,
modifica meu jeito de viver,
sou tantos em um, e um só pra você.

Faz-me escravo de suas loucuras,
pede para não mais amá-la,
joga minha roupa sobre a cama,
vem, deita junto uma ultima vez.

Nenhum sonho é realidade,
todas as realidades são sonhos,
viver é comer um pedaço de amor
a cada carinho depois do beijo.

Deixa-me amar como se fosse amanhã,
viver o hoje como se fosse para sempre,
sonhar como se você fosse a rainha,
e eu a vida, para te dar um sonho eterno.

Caio Lucas

domingo, 11 de dezembro de 2011

Velocidade do tempo

Hoje não tenho tempo pra esse tempo
E assim eu vou passando como o vento
Tão rápido e veloz que nem te vejo.

Eu sou assim no firmamento
Aquela estrela luz cadente
Eu sou segundo, de repente,

Sou tanto que você não sente
E assim eu me transformo indiferente.
Eu hoje já não tenho tempo,

E até esqueço de te dar um beijo
Porque os meus minutos não detenho
Eu tento tudo, mas não me entendo,

Então eu sigo assim me esquecendo
Pressinto que estou perdendo,
Aquilo que o coração me pede.

Caito Spina

sábado, 10 de dezembro de 2011

Poetizando...

"Que nunca me falte:
A estrada que me leva...
e a força que me levanta.

O amor que me humaniza...
e a razão que me equilibra.

O pão de todo dia...
e o verso de cada dia!"

A.D

sábado, 5 de novembro de 2011

Trilhas da vida

Trilha de folhas caídas,
Pelo outono vencidas,
Acolhem meus pensamentos...

São os caminhos de agora,
Sem as delícias de outrora,
Onde sigo a passos lentos...

Na trilha de folhas mortas,
Minha alma bate às portas
Da crença, da esperança...

Agarra-se, agonizante,
Ao desejo de , um instante,
Deter o fim que avança...

Na trilha das ilusões,
Despedacei corações,

Mas perdi muitos também...

Ficou a melancolia
Que invade e inebria
Esse fatal vai-e-vem...

Ilusões, folhas caídas,
Chances válidas, perdidas,
Apelos da mocidade...

As lembranças andarilhas
Vão seguindo pelas trilhas
Da inevitável saudade!...

Oriza Martins/2008

http://www.orizamartins.com/1rp-gifs-mensagens-poema-oriza-trilhas.html

Me encante

Me encante da maneira que você quiser, como você souber.
Me encante, para que eu possa me dar…

Me encante nos mínimos detalhes.
Saiba me sorrir: aquele sorriso malicioso,
Gostoso, inocente e carente.

Me encante com suas mãos,
Gesticule quando for preciso.
Me toque, quero correr esse risco.

Me acarinhe se quiser…
Vou fingir que não entendo,
Que nem queria esse momento.

Me encante com seus olhos…
Me olhe profundo, mas só por um segundo.
Depois desvie o seu olhar.
Como se o meu olhar,
Não tivesse conseguido te encantar…

E então, volte a me fitar.
Tão profundamente, que eu fique perdido.
Sem saber o que falar…

Me encante com suas palavras…
Me fale dos seus sonhos, dos seus prazeres.
Me conte segredos, sem medos,
E depois me diga o quanto te encantei.

Me encante com serenidade…
Mas não se esqueça também,
Que tem que ser com simplicidade,
Não pode haver maldade.

Me encante com uma certa calma,
Sem pressa. Tente entender a minha alma.

Me encante como você fez com o seu primeiro namorado…
Sem subterfúgios, sem cálculos, sem dúvidas, com certeza.

Me encante na calada da madrugada,
Na luz do sol ou embaixo da chuva….

Me encante sem dizer nada, ou até dizendo tudo.
Sorrindo ou chorando. Triste ou alegre…
Mas, me encante de verdade, com vontade…

Que depois, eu te confesso que me apaixonei,
E prometo te encantar por todos os dias…
Pelo resto das nossas vidas!!!

Pablo Neruda

Caixa mágica

Guardo em uma pequena e delicada caixa
A sutil magia do poder voltar o tempo
Buscar na lembrança algo que me faça
Recordar com carinho cada amado momento

Agradeço este instante em meu peito a forte emoção
Trago à memória pessoas queridas as quais em minha vida
Como anjos vivos de harmonia não passaram em vão
Florindo em meu jardim flores coloridas de alegria

Como é lindo ter o que relembrar
Tenho com isso a certeza de tudo que vivido
Valeu a pena o suor do seu caminhar
E não pode ser por mais singelo esquecido.


Autor: Jorge Jacinto da Silva Junior

Mas... é a realidade!

Guardo nas gavetas desabitadas
De meu corpo, fatos, atos e desafetos
Ocorrências, sapiências, desobediências
Perdas acumuladas de sonhos não realizados
Neste viver transitório....
.
E daí?!
Tanto faz como fez...
Mas preciso encarar a realidade
Reconhecendo a transitoriedade
De tudo que se vive!
.
Se navego no infinito
Se a mente divaga
Se... enfim, é problema meu...
Tenho de apreciar o nó que criei
E que me contorna....
.
Meu olhar, lava-se em mares salgados
Busca interagir com o que existe ao redor...
As mãos, pequenas mãos, amoldam a argamassa
Da construção por acabar!
.
Mas meus anseios..... ah! estes!
Buscam o eterno no provisório
Do encantamento que trago tatuado
N´alma peregrina!
.
Na (in)consciência do que é
Ou do que não é, talvez - do que não poderia ser...
Não marca o tempo o relógio
Na efemeridade do momento!
.
Privilégios nos empolgam
Sucesso alivia a tensão e ajeita o ego...
Desigualdades nos aviltam...
Mas é a realidade - essa crueza que nos observa
É quem nos faz compreender - a coerência do caminhar!

Delasnieve Daspet

Viver

Viver...
É ousar e acreditar
Acreditar nos sonhos e saber
Que somos capazes de realizá-los
É acreditar no encanto e na magia da Vida
E ouvir sempre a voz do coração
Pois lá, no santuário do coração
Reside o encanto e a magia da Vida!

Viver...
É buscar a harmonia de dentro para fora
É sentir no coração a emoção da vida
É sentir o sol pulsante, o orvalho do amanhecer
É sentir as estrelas falando direto ao seu coração
É ver e sentir a vida que pulsa em um animal
É sentir compaixão pela dor do outro
É amenizar o sofrimento daqueles que sofrem.

Viver...
É estar com o outro lado a lado e
sentir-se feliz por ele estar feliz
E na tristeza, levar uma mensagem de amor, fé e esperança
Porque na vida o fim não existe.
Na verdade quando pensamos que estamos no fim
Estamos novamente recomeçando
Porque a eternidade simplesmente é: não tem início nem fim.

Viva a vida!
Mas não se esqueça que para se viver
É preciso sentir.

Então sinta a vida, em toda sua plenitude
Através do pulsar do seu coração.

Fátima dos Anjos

Vou tirar você do dicionário

Eu vou tirar do dicionário a palavra você
Vou trocá-la em miúdos
Mudar meu vocabulário e no seu lugar
Vou colocar outro absurdo
Vou tirar suas impressões digitais
Da minha pele
O seu cheiro dos meus lençóis
O seu rosto do meu gosto
Eu vou tirar você de letra
Nem que tenha que inventar
Outra gramática
Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
Com quantos "nãos" se faz um sim
Vou tirar o sentimento do meu pensamento
Sua imagem e semelhança
Vou parar o movimento a qualquer momento
Procurar outra lembrança
Eu vou tirar
Vou limar de vez sua voz dos meus ouvidos
Eu vou tirar você e eu de nós
O dito pelo não tido
Eu vou tirar você de letra
Nem que tenha que inventar
Outra gramática
Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
Com quantos "nãos" se faz um sim.

Alice Ruiz

Grito

Não, não irei sem grito
Minha voz nesse dia subirá
E eu me erguerei também
Solitária. Definida
As portas adormecidas abrirão
Passagem para o mundo
Meus sonhos, meus fantasmas
Meus exércitos derrotados
Sacudirão o silêncio de convenção
E as máscaras de piedade compungida
Dispensarei as rosas, as violetas
Os absurdos véus sobre meu rosto
Serei eu mesma. Estarei
Inteira sobre a mesa
As mãos vazias e crispadas
Os olhos acordados
A boca vincada de amargor.

Não. Não irei sem grito.

Abram as portas adormecidas
Levantem as cortinas
Abaixem as vozes
E as máscaras -
Que eu vou sair inteira.
Eu mesma. Solitária.
Definida.

Lila Ripoll

Codinome

Se não for amor... só pode ser apelido
Algo que ninguém ainda definiu na certa
A quem diga ser doído como um castigo
Mas faz no apaixonado peito morada eterna

Vem perfumando o ar em versos de poesia
Como tudo que é lindo deveria vir
Chega de repente como doce magia
Para tornar-se valioso e nunca da vida partir

Procura-se por todos os ventos o significado
De todo sentir que vem de encontro ao viver
Compartilhando em cada respirar tudo ao seu lado
É o mais puro AMOR que sinto por você.

Autor: Jorge Jacinto da Silva Junior

Alma do Poeta

Delira entre versos
completamente livre; flutua no espaço
Desatando sentimentos
No tempo, as horas não marcam
Os instantes sonhados
E, de sua luz, nascem pensamentos floridos
Para perfumar a vida de amor.

Sem raízes, pode navegar sobre as águas
Na terra fértil, sempre abre os braços
Para proteger os apaixonados
Que viajam além da imaginação
Esculpindo, em letras
A fonte de inspiração.

Poetas são anjos
Fundindo corpo e alma
Na eterna paixão.

Schyrlei Pinheiro - RJ - 31/01/11

Poesia da alma

O enlevo de poeta só se alcança
Com o coração da alma.

Um coração que pulsa
No aconchego do peito
Já é poesia.

A cadência no ritmo dos versos
Acorda o sono da solidão
Caminha, colore o espaço
Rompe o silêncio, cala a dor
E se chama amor.

O poeta dedilha a harpa eólica
Da sinfonia que jamais por outro
Será igualado.

Paulo Silveira de Ávila

Amanheço!

Parabéns!
Eis que me é concedido mais um dia
Um dia de um novo ano que se inicia
Inicia-se hoje, como iniciou-se há tantos anos...
.
Na dobra do tempo ainda encontro
Minhas asas azuis suaves
Da cor matinal que me aguarda...
.
E, é franco o sorriso brejeiro que ostento
Sorrio na cor do gorgeio dos pássaros
nas floridas primaveras de setembro...
.
Foi setembro que escolhi para voltar
O inverno ja amainava e as primeiras flores
Do hibisco, tímidas, sorriam entreabertas
Ao fraco sol primaveril
.
Para que o tempo passe
Entre o passado e o futuro
Voltei da terra infinita.
Cheguei na fria manhã com neblina...

Amanheci!
.
Ficarei - até vencer-se o prazo.
E quando o Livro do Tempo fechar-se
Voltarei ao meu elemento primaz
Pó - da terra que me receberá!

Delasnieve Daspet - 12.09.2007 - Campo Grande/MS

Segredo

Eu nunca quis... eu nunca precisei...
Mas hoje, como eu gostaria de ter mais poder!
Queria deter o mistério dos mandalas
Desvendar o segredo da Flor de Ouro
Encontrar o mapa, achar o tesouro...

Com os quatro elementos da natureza
Eu seria vitorioso, com certeza!
Fogo... água... terra... ar...
Em qual deles estará oculta a magia
Que a minha dor, eliminaria?!

Oh céus, é tão pouco o que eu preciso!
Apenas ver brilhar de novo, um sorriso...
Salamandra... socorre-me!
Ensina-me o caminho, retira os espinhos
Os pássaros não vivem sem ninhos!

E quando se entristecem, calados permanecem
Voando de asas quebradas, um dia perecem...
Que será de mim? Simplesmente... o fim?
Sem esse canto, jogarei meu manto
Deporei as armas... morrerei... sem pranto!

Mas o poder existe... eu sei que sim!
Não foi outro, senão Deus, a ensinar pra mim
Está no mar... no ar... está num doce olhar!
Ele que planta em nossa alma, sementes coloridas
E faz florir no coração, as brancas margaridas!

Mais uma vez, vou confiar, acreditar!
Se eu convencer o fogo, a água, a terra e o ar
Terei nas mãos, o sempre tão almejado poder!
O grande segredo, que do poder é tutor
São quatro letrinhas que dizem tanto... chama-se: AMOR!

Ciranda dos Poetas

Tristeza

O homem triste passa novamente
Como a empurrar a vida na calçada
Tem um sorriso e olhar indiferente
Mas dentro d'alma já não tem mais nada.

Quando o vejo passar tão tristemente
Penso que tem a vida embriagada
Às vezes dá um aceno levemente
Como quem sente a mão muito cansada.

Olhar parado de quem já viu tudo
De quem não ousa ter curiosidade
Parece até que o seu destino é mudo...

Será que tem no peito uma saudade?
Será que tem um amor igual ao meu?
Parece tão mais triste do que eu!...

Ciranda dos Poetas

Se...

Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa
De crer em ti quando estão todos duvidando
E para esses, no entanto achar uma desculpa
Se és capaz de esperar sem te desesperares
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares
E não parecer bom demais, nem pretensioso

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires
De sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores
Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires
Tratar da mesma forma a esses dois impostores
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas
E refazê-las com o bem pouco que te reste

Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada
Resignado, tornar ao ponto de partida
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for que neles ainda existe
E a persistir assim quando, exaustos, contudo
Resta a vontade em ti que ainda ordena: "Persiste!”

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes
E, entre reis, não perder a naturalidade
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes
Se a todos podes ser de alguma utilidade
E se és capaz de dar, segundo por segundo
Ao mínimo fatal todo o valor e brilho
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo
E o que mais - tu serás um homem, ó meu filho!

Rudyard Kipling - nascido na Índia (1865-1936)

Poema

Satânico é meu pensamento a teu respeito
E ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão
Numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem.

A noite era quente e calma e eu estava em minha cama
Quando, sorrateiramente, te aproximaste
Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor.

Percebendo minha aparente indiferença, aconchegaste-te a mim
E mordeste-me sem escrúpulos até nos mais íntimos lugares
Eu adormeci...

Hoje, quando acordei
Procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão
Deixaste em meu corpo e no lençol
Provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite.

Esta noite recolho-me mais cedo para, na mesma cama, te esperar
Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força
Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos
Não haverá parte do teu corpo em que meus dedos não passarão.

Só descansarei quando vir sair, o sangue quente do teu corpo
Só assim... livrar-me-ei de ti...
Pernilongo F. P...!!!

Autor: Carlos Drumond de Andrade

A Vida

Já escondi um amor com medo de perdê-lo,
Já perdi um amor por escondê-lo...

Já segurei nas mãos de alguém por estar com medo,
Já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.

Já expulsei pessoas que amava de minha vida,
Já me arrependi por isso...

Já passei noites chorando até pegar no sono.

Já fui dormir tão feliz,
Ao ponto de nem conseguir fechar os olhos...

Já acreditei em amores perfeitos,
Já descobri que eles não existem...

Já amei pessoas que me decepcionaram,
Já decepcionei pessoas que me amaram...

Já passei horas na frente do espelho,
Tentando descobrir quem sou...

Já tive tanta certeza de mim,
Ao ponto de querer sumir...

Já menti e me arrependi depois,
Já falei a verdade
E também me arrependi...

Já fingi não dar importância a pessoas que amava,
Para mais tarde chorar quieto em meu canto...

Já sorri chorando lágrimas de tristeza,
Já chorei de tanto rir...

Já acreditei em pessoas que não valiam a pena,
Já deixei de acreditar nas que realmente valiam...

Já tive crises de riso quando não podia...

Já senti muita falta de alguém,
Mas nunca lhe disse...

Já gritei quando deveria calar,
Já calei quando deveria gritar...

Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns,
Outras vezes falei o que não pensava para magoar outros...

Já fingi ser o que não sou para agradar uns,
Já fingi ser o que não sou para desagradar outros...

Já contei piadas e mais piadas sem graça,
Apenas para ver um amigo mais feliz...

Já inventei histórias de final feliz
Para dar esperança a quem precisava...

Já sonhei demais,
Ao ponto de confundir com a realidade...

Já tive medo do escuro,
Hoje no escuro "me acho..me agacho... fico ali"...

Já caí inúmeras vezes
Achando que não iria me reerguer,
Já me reergui inúmeras vezes
Achando que não cairia mais...

Já liguei para quem não queria
Apenas para não ligar para quem realmente queria...

Já corri atrás de um carro,
Por ele levar alguém que eu amava embora...

Já chamei pela mamãe no meio da noite
Fugindo de um pesadelo,
Mas ela não apareceu
E foi um pesadelo maior ainda...

Já chamei pessoas próximas de "amigo"
E descobri que não eram;

Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada
E sempre foram e serão especiais para mim...

Não me dêem fórmulas certas,
Porque eu não espero acertar sempre...

Não me mostre o que esperam de mim,
Porque vou seguir meu coração!...

Não me façam ser o que eu não sou,
Não me convidem a ser igual,
Porque sinceramente sou diferente!...

Não sei amar pela metade,
Não sei viver de mentiras,
Não sei voar com os pés no chão...

Sou sempre eu mesmo,
Mas com certeza não serei o mesmo para sempre...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Aqui te amo

Aqui te amo.
Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento
A lua brilha como fósforo sobre as águas errantes
Andam dias iguais a perseguir-se.

Define-se a névoa em dançantes figuras.
Uma gaivota de prata se desprende do ocaso
As vezes uma vela. Altas, altas, estrelas.

Ou a cruz negra de um barco
Só.
Às vezes amanheço, e minha alma está úmida.

Soa, ressoa o mar distante.
Isto é um porto.
Aqui eu te amo.

Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
Às vezes vão meus beijos nesses barcos solenes
Que correm pelo mar rumo a onde não chegam.

Já me creio esquecido como estas velha âncoras
São mais tristes os portos ao atracar da tarde
Cansa-se minha vida inutilmente faminta.

Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante
Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos
Mas a noite enche e começa a cantar-me.

A lua faz girar sua arruela de sonho.

Olham-me com teus olhos as estrelas maiores.
E como eu te amo, os pinheiros no vento
querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre.

Pablo Neruda

Quando falar sobre Amor

Quando falar sobre amor, finja nada conhecer, para absorver cada frase que brote do coração.

Quando falar sobre a dor, deixe abertas as janelas da alma para compreender que amor e dor são tão parecidos que até os confundimos, ao vê-los bem de pertinho.

Quando falar sobre a paz, faça-o no rumor da guerra, para ser ouvido na mais alta voz.

Quando falar de amizade, estenda a mão aos seus inimigos, para que possa provar a si mesmo aquilo que gosta de dizer aos outros.

Quando falar de fome, faça um minuto de jejum, para lembrar daqueles que jejuam todos os dias, mesmo sem querer.

Quando falar de frio, abrace alguém.

Quando falar de calor, estenda a mão.

Quando estender a mão, sustenha o braço para que perdure.

Quando falar de felicidade, acredite nela.

Quando falar de fé, cerre os olhos para encontrar a razão daquilo em que crê.

Quando falar de Deus, faça-o pelo silêncio do seu testemunho.

Quando falar de si mesmo, aprenda a calar, para entender o amor, a dor, a paz, os sonhos...

Ah quando tudo isso acontecer... será estupendo!

Quão bom e quão suave é que sejamos contemplados pelo amor...

Por isso quando falar de amor...

FALE DE CORAÇÃO!