sábado, 31 de março de 2012

Os olhos de uma cigana
são pérolas negras reluzentes, carregados de mistério e desconfiança.

Olhos vívidos e expressivos, cujo fitar,
revela uma peculiar diferença dos olhos dos outras mulheres.

Cigana não olha, se concentra e mira...

Mirada que descortina os mais secretos pensamentos.

Nos olhos de uma cigana
há um mistério incontestável na estranha expressão de fitar...
que traspassa o âmago do ser.

Sabedoria milenar de um povo profético.

Os olhos de uma cigana
são a marca inimitável de um povo livre e honrado,
que nunca declarou guerra, para ocupar terra nenhuma.

No mundo e com o mundo,
As ciganas vão girando..levando o enigmático olhar,
O silêncio do saber dos ciganos... Inconfundível, Intransferível...

Eterno.

VGitana Poesias

quinta-feira, 22 de março de 2012

quarta-feira, 21 de março de 2012


Generosidade! Fácil de pronunciar,
mas tão difícil de praticar...
É saber calar, ouvir o irmão,
é ser luz no meio da escuridão!

Saber enxergar na alma do outro,
as lágrimas que não escorrem pelo rosto,
as angústias jamais reveladas,
o olhar triste que não esconde o desgosto...

Nunca negar um carinho,
abraçar alguém que está sozinho...
É praticar o amor ao próximo,
todos os dias, todas as horas,
que a felicidade baterá em sua porta!

Generosidade começa em casa,
com a família, com os amigos
e continua caminhando pela rua,
para encontrar o desconhecido, o mendigo...
Todos merecem respeito e consideração.
Praticar a bondade faz bem ao coração!

(Esther Ribeiro Gomes)

Tantas almas perdidas,
sufocadas pela angústia,
vivendo nos labirintos da solidão
precisando de amor e carinho.

Tantas palavras não ditas,
abraços não dados,
palavras não proferidas,
no egoísmo escondidas.

Alguém precisa de você...
pede socorro,
pede aconchego.

Não fechemos os olhos,
não esfriemos nosso coração,
porque sempre tem alguém...
Que precisa de nossa atenção!

(Clara da Costa)

sábado, 17 de março de 2012

Andanças

Caminho.
Meus passos já andam devagar,
Meus olhos já clamam pela penumbra.
Mas ainda busco o sol
Pelas curvas brancas
Que começam a rarear!

Andei oprimida,
A procura da vida.
E no encontro marcado,
Deixo a janela aberta,
Tentando superar as barreiras.

Não importa quantas vezes
Eu tenha batido nas pedras
Soçobrando meus sonhos,
Jogando-os contra a maré,
Contra as ondas revoltas.

Procurei brilhar como o sol entre
Sombras e nuvens!
E no domínio dos ventos
Entre acertos e erros,
Em minhas andanças,
Mostrar-me.

Encostei-me em mim mesma.
Nas minhas toscas lembranças,
Levo um pouco de ti
Deixando um pouco de mim!

Delasnieve Daspet

São os Poetas, Loucos?

Sim, somos loucos...
Podem discordar de nossa ótica
Mas não podem nos ignorar.
.
Somos nós, os loucos,
Que vemos diferente,
Imaginamos formas nas sombras,
Cores no vento, odores em nomes.
Damos vida à vida fria que vivem...
.
Loucos, sim! Que bom que somos loucos,
De nossa mente insana brotam lírios
perfumados lírios em palavras,
que embelezam a fria escuridão
do olhar vazio...
.
É a loucura que nos envolve,
Que nos faz criar e imaginar a possibilidade
De que poderíam conviver em paz,
- o universo de seres vivos que habitam
Os planetas imaginários da galáxia...
.
Confesso, somos todos loucos,
Os poetas são loucos,
Embora as coisas não sejam fáceis
Em meio a tantas queixas não aceitam a situação,
Não a deixam como está...
Não podendo transformar os fatos,
Questionam, cobram, imaginam, inventam, realizam, resolvem...
.
Somos loucos, para que negar?!
A loucura nos faz gritar e sorrir,
Descobrir, dentro de nós, novos caminhos,
Buscando a esperança.
.
Loucos, deixam rolar uma lágrima,
- Gota de sal a morrer nos lábios,
Correm para mudar o mundo,
Na melodia que ainda está sendo escrita...
Por que não?

Delasnieve Daspet

Divina música!

Filha da Alma e do Amor...
Sonho do coração humano,
Flor da alegria, fragrância
e desabrochar dos sentimentos.

Linguagem dos amantes,
confidenciadora de segredos.

Mãe das lágrimas do amor oculto.
Inspiradora de poetas, de compositores
e dos grandes realizadores.

Unidade de pensamento dentro dos fragmentos
das palavras.

Criadora do amor que se origina da beleza.

Vinho do coração
que exulta num mundo de sonhos.

Encorajadora dos guerreiros,
fortalecedora das almas.

Oceano de perdão e mar de ternura.

Ó música.
Em tuas profundezas
depositamos nossos corações e almas.

Tu nos ensinaste a ver com os ouvidos
e a ouvir com os corações.

(Gibran Kahlil Gibran)

quarta-feira, 14 de março de 2012

"Não deixe de acreditar no amor,

mas certifique-se de estar entregando seu coração

para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá,

manifeste suas idéias e planos,

para saber se vocês combinam,

e certifique-se de que quando estão juntos

aquele abraço vale mais que qualquer palavra..."

(Luís Fernando Veríssimo)
"Amor é isso...

Não prende, não aperta, não sufoca.

Porque quando vira nó,
já deixou de ser laço."

(Mário Quintana)
São duas flores unidas
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!

Castro Alves

segunda-feira, 12 de março de 2012

Tão Doce é o Adeus

É difícil voltar.
É mais fácil sair.
Os outros não sabem do nosso "tudo".
Mas nós não podemos esquecer.

Como não sonhar com a partida
Ou com o retorno
Se é tão doce o adeus
E tão sublime o regresso?!

E no silêncio que segue
- Após o adeus -
Ouço a passagem do tempo
No bater do coração
E nos olhos sem face que fitam
Vejo o retrato da morte.

Não há um rosto para a morte
A não ser meu desatino.
Meu inferno.
Insensatez.

(Delasnieve Daspet)

quarta-feira, 7 de março de 2012

A difícil arte do ser mulher

Cabelo desarrumado, sem pintura,
Unha quebrada,
Nervos à flor da pele,
Paciência quase nula...
Paranóia?!
Não! Não é!
.
Três ou quatro atividades:
Do lar – não, não é dólar...
Dos filhos, do marido, profissional....
È a rotina diária
De uma mulher!
.
E o tempo para si?
Nem imaginas
O sacrifício de se equilibrar
Em saltos altos,
No rosto maquiado,
No sorriso colado na face,
E o cansaço de matar!
.
Ninguém imagina
Como é complicado ser mulher!
De como é difícil adivinhar
O que deseja o teu olhar...
E, o orgulho não deixar transparecer...
.
Ser sexy sem ser vulgar,
Ou ser difícil mas não tanto a ponto
De você desistir...
Boazinha, mas não boba...
Tudo isso requer paciência e inteligência!
.
E na hora que nos vestimos para você?
Imaginas a pilha na cama?
E olhando o armário cheio de roupas,
Concluir, chorando: “Não tenho o que vestir!”
.
Imagina a nossa agrura,
A calça sonhada não entra,
A saia que nos deixa sensual esta apertada...
O lindo brinco, incomoda...
Sapatos apertados são as bolhas de amanhã!
.
No trabalho
As responsabilidades são as mesmas...
Ms na hora do salário...
É infinitamente menor!
É!... Ser mulher não é fácil.

(Delasnieve Daspet)

terça-feira, 6 de março de 2012

segunda-feira, 5 de março de 2012

Longitudinal

Disponho meu corpo
Em sentido longitudinal...
.
Faça o corte
De cima, abaixo,
Diga-me, ainda sou eu ?
.
Rasga-me a pele,
Abra-me...
Procuro-me...
Já não me reconheço!...

Delasnieve Daspet

Quando os olhos secam...

Quando os olhos secam
É porque já chegamos a um lugar
além das lágrimas.
.
Um espaço desolado e silencioso
Onde nada cresce
E os sonhos são abatidos
Por falta de sustento.
.
Sem perceber, alheia ao que me cerca,
cruzei o rio invisível...
E meus olhos e minha boca
Jazem, cheios de pó, no incomensurável.
.
Perdi as lágrimas, perdi o conforto.
Apenas o vazio
Há séculos recordo e ouço.

Delasnieve Daspet

quinta-feira, 1 de março de 2012

No meu funeral

No dia em que levarem meu corpo morto
não penses que meu coração ficará neste mundo.
Não chores por mim, nada de gritos e lamentações
lembra que a tristeza é mais uma cilada do demônio.

Ao ver o cortejo passar, não grites: "ele se foi"!
Para mim, será esse o momento do reencontro.
E quando me descerem ao túmulo, não digas adeus!
A sepultura é o véu diante da reunião no paraíso.

Ante a visão do corpo que desce
pense em minha ascensão.
Que há de errado com o declínio do sol e da lua?
O que te parece declínio é tão somente alvorada.

E ainda que o túmulo te pareça uma prisão,
e é ele que liberta a alma:
toda semente que penetra na terra germina.
Assim também há de crescer a semente do homem.

O balde só se enche de água
se desce ao fundo do poço.
Por que deveria o José do espírito
reclamar do poço em que foi atirado?

Fecha a tua boca deste lado
e abre-a mais além.
Tua canção triunfará
no alento do não-lugar.

Rumi