quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Meu pecado preferido

Estou perdido de amores por ti
Mas ainda nem senti teu corpo
Nem provei teu beijo,
Apenas tua imagem em meus desejos,
Segue tua silhueta no horizonte.

Tu és o fogo que minhas veias incendeia,
A luz que meus passos, ilumina,
Seduz e alucina
Meu doce perigo.

És como uma canção,
Ao vento, imaginária,
Dissipando a solidão.

Como uma cascata de águas cálidas,
Seguindo seu curso lentamente.

És meu fruto proibido,
O jardim onde não posso entrar,
És o meu sonho escondido,
Que a realidade vai mostrar,
És o meu pecado favorito.

By Daniel Fiuza

domingo, 25 de dezembro de 2011

Teus dedos suaves

Que teus dedos suaves

Passeiem pelo meu corpo,

E que se fechem nas curvas

Que se curvam ao teu passar...

.

Que teus dedos suaves, acariciem,

Meu corpo de medos e arrepios,

Serelepes e faceiros ao andar...

.

Que teus dedos suaves, acalente-me,

E que teus braços me abracem,

E que tua boca me cubra de beijos sensuais.

.

Que teus dedos suaves, toquem-me,

Com delírio e desejo,

Que trace com teu pincel

Finos desenhos...

.

Que teus dedos suaves, amem-me,

Onde ninguém, jamais,

Ousou amar.

.

Que teus dedos suaves, possuam-me,

Nas delicias de um amor

Sem fim.

(Delasnieve Daspet)

Afinal, quando nasceu Jesus?

Todos os anos comemoramos
No dia 25 de dezembro o nascimento de Jesus,
Que veio ao mundo nos ensinar a amar.
.
Todos sabemos que, na verdade,
Ele não nasceu nesse dia,
Apenas uma data provável.
Afinal, quando nasceu Jesus?
.
Para Francisco de Assis,
Jesus nasceu quando despojou-se de tudo
Para segui-lo, em Assis.
.
Para Pedro, Ele nasceu –
quando o galo cantou,
Pela terceira vez!
.
Para Lázaro
quando O ouviu chamar:
“Levanta, e vem para fora!”
.
Para Saulo – no caminho de Damasco,
Quando O ouviu interpelá-lo:
“Saulo, Saulo – por que me persegues?”
.
Para mim, Jesus nasceu e nasce todos os dias e horas.
Quando criança – no amor de meus pais e de minha irmã;
Quando meu olhar se perdia, embevecida,
Nas curvas do Rio Tereré;
Nos gorjeios dos pássaros, pela manhã,
No Rancho Alegre, lá em Porto Murtinho
De minha meninice.
.
No vôo rasante das aves de rapina,
Na manada de caititus,
Na onça pintada, sempre à espreita,
No mugido das vacas no mangueiro,
Dos peixes de nossos rios de águas límpidas,
Nos cerrados do Pantanal.
.
Quando a chuva tamborila e renova a terra;
Quando o sol nasce e se põe entremeado pela lua,
Quando o vento sul limpa o céu
Que se anila de alegria.
.
No amor terno e eterno que vivencio;
Quando segurei em meus braços,
Pela primeira vez, os meus filhos;
Nos meus pequenos animais,
Nas crianças que escolhi acompanhar.
.
Nos amigos ternos e fieis,
Que tenho pelo mundo,
No carinho que recebo de pessoas que nem conheço;
No sorriso triste do faminto,
Nos abandonados de toda sorte,
Nas mãos estendidas,
Na velhice solitária.
.
Nos que tem fome de atenção,
De uma palavra terna e amiga;
No sorriso de uma criança...
Em todos esses momentos,
Jesus nasceu!
.
Nasce todas as horas,
Quando – em versos – canto a minha poesia,
Exerço a faculdade da escolha,
.
Diariamente, tenho oportunidade,
De vivenciar o Seu nascimento;
E, é nesses momentos que se cumpre
A promessa de um novo tempo!

Delasnieve Daspet

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Fonte

Fonte...
Um dia, divino alimento... leite!
Outro dia, profana entrega... deleite!

Fonte...
Que alimentou a fome inocente...
Que saciou a sede indecente!

Fonte...
Que embalou doces sonos...
Que despertou picantes sonhos!

Fonte...
Aonde a inocência suave
de um filho bebeu...

Aonde o desejo do amor mais intenso,
alguém um dia viveu!

Fonte...
Um vale... entre dois montes.
Que da inocência
ou da pior incoerência,
deu vida aos inocentes
e aos indecentes.

Fonte...
Eterna flor...
Um Seio-flor,

Beija-flores...
Aonde bebem suavemente
o néctar de tudo
o que é mais lindo
e que se chama amor!

(Andréa Maia)

Por teu beijo

Mordo os lábios
fecho os olhos.

Sufoco antigos desejos
enterro velhas ilusões
replanto sonhos
cultivo novas esperanças...

Por teu beijo...
faço renascer
sentimentos que um dia,
deixei morrer!

Pelo desejo do teu beijo,
me permito mais uma vez...
de amor viver!

Andréa Maia

Mulher nua

Desnudei o pré-conceito
Vesti o que a meu ver é o direito
Desatei as amarras da minha vida
Peguei o leme da minha biografia
Caminhei pela rua
Envolta em véus
Regada pela lua
Vi surgir meus passos
Selecionando as pedras
Onde o pisar firme
Podem alcançar objetivos
Ainda que sofridos
pelo tempo perdido
Mas livres dos atropelos
Aguardando o sol
Que vem surgindo
No horizonte não mais longínquo
Esperando as vestes
De braços fortes
Coração ardente
Em redigir uma nova página
De um anjo chamado mulher
Edificando Nua em Poesia!

Tânia Ailene

Soneto: Riso e pranto

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(V.M.)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Neste Natal

Desejo que neste Natal, antes de você perceber Jesus nas luzinhas que piscam pela cidade, você O encontre primeiramente em seu coração. E, à frente de qualquer palavra que expresse seu desejo de um feliz Natal, O encontre em suas ações.

Que você O encontre não só na alegria que sente ao sair das lojas com presentes
para as pessoas que você ama, mas também na feição triste da criança abandonada
nas ruas, na qual muitas vezes você esbarra apressadamente.

Que você encontre Jesus no momento em que pegar nas mãozinhas delicadas de seu filho, lembrando-se das mãozinhas pedintes, quase sempre sujas de calçada, que só sabem o que significa rudeza.

Que você O encontre no abraço de um amigo, lembrando-se dos tantos que só têm a solidão como companheira.

Que você O encontre na feição do idoso da sua família, lembrando-se daqueles que tanto deram de si a alguém, e hoje são esquecidos até pela sociedade.

Que você O encontre na lembrança suave e sempre viva daquela pessoa querida que já não está mais fisicamente ao seu lado, lembrando-se daqueles que já nem se recordam mais quem foram, enfraquecidos pelo vazio de suas vidas.

Que você encontre Jesus na bênção de sua mesa farta e no aconchego de sua família, lembrando-se daqueles que mal alimentam-se do pão e sequer um lar têm.

Que você O encontre não apenas no presente que troca, mas principalmente na vida que Ele lhe deu como presente.

Que você lembre-se, então, de agradecer por ser uma pessoa privilegiada em meio a um mundo tão contraditório!

Que você também encontre Jesus à meia- noite do dia 31 e sinta o mistério grandioso da vida, que renasce junto com cada ano.

Então festeje... festeje o ano que acabou não apenas como dias que se passaram, e sim como mais um trecho percorrido na estrada da sua vida!

Festeje a alegria que lhe extasiou e a dor que lhe fez crescer!

Festeje pelo bem que foi capaz de fazer e pelo mal que foi capaz de superar!

Festeje o prazer de cada conquista e o aprendizado de cada derrota!

Festeje por estar aqui!

Festeje a esperança no ano que se inicia, no amanhã!

Festeje a vida!

Abra os braços do coração para receber os sonhos e expectativas do ano novo.

Rodopie... jogue fora o medo, sinta a vida!...

Sonhe, busque, espere... ame e reame!

Deixe sua alma voar alto... pegar carona com os fogos coloridos.

Mentalize seus desejos mais íntimos e acredite: eles também chegarão ao céu.

Irão se misturar às estrelas, irão penetrar no Universo e voltarão cheios de energia para tornarem-se reais.

Basta você querer de verdade, ter fé e nunca, NUNCA desistir deles!

E que seu ano novo seja, então, plenificado de bênçãos e realizações.

Fernanda Campos Scialla

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Gratidão

Agradeço, alma irmã, por tudo o que me deste,
O auxílio fraternal, generoso e sem preço,
O teto, o lume, o prato, o reconforto, a veste,
Tudo isso agradeço....

Sobretudo, alma boa,
Deus te compense o coração amigo,
Por teu olhar de paz que me alenta e abençoa
Na estrada em que prossigo.

Viste-me em solidão,
Esperança caída sem ninguém...
Deste-me apoio com teu braço irmão
E ergui-me de alma nova para o bem!....

Não há palavra com que te defina
O reconhecimento que me invade,
Ao sentir-te no amparo a presença divina
Da Celeste Bondade.

Deus te guarde no excelso resplendor
Da luz com que me aqueces todo o ser,
Porque me refizeste a certeza do amor,
A benção de servir e a força de viver.

(Maria Dolores)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Quem é você?

Quem é você,
que me seduz com a ausência,
que me deixa encantado,
que me irrompe os sonhos,
que me envolve em fantasias?

Quem é você,
que invade o meu destino,
que me tira a vergonha,
que me desnuda o instinto,
que me põe em desatino?

Quem é você,
que me acena com a felicidade,
que me banha com gentilezas,
que me possui à distância,
que me aguça os sentidos?

Quem é você,
que parece ter a leveza da luz,
que me envolve com sutileza,
que me fascina com delicadezas,
que me promete sem prometer?

Quem é você?
Um anjo?
Um demônio?
Quem é você, afinal?

Vais... se tens que ir...

Vai, se tens que ir.
Busca por teus sonhos,
Por outro amor,
Outro sentir.
Busca novas aventuras,
Novos desejos.
Busque esse novo prazer,
Com quem quiseres.
Está livre para seguir,
Como quiseres,
Busque o infinito de teu ser,
Outra filosofia para viver,
Até mesmo,
Aquele alguém do passado,
Que naquele passado, era presente,
Era o teu amor intitulado.
E, se por acaso te cansares e,
Das voltas que a vida dá,
E por ventura, teu pensamento
Me buscar,
Se desejares, volta.
Ainda me encontrarás,
Serei o teu amor,
Que era o teu passado.
Mas que era o teu presente,
E venceu a saudade,
As lágrimas sentidas,
A dor da perda,
Olhos cansados da procura,
Das horas olhando o vazio,
E toda forma de sentimento
Que tua longa ausência causou.
Mas ainda assim,
Estarei aqui.

Autor: Avelino

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Te procurei

Te procurei pela vida
Te procurei pelos bailes
Pelos mares... pelos ares...

Te procurei a cada amanhecer
Pensei nao te encontrar na rua
E fui te procurar na lua...
Entre as estrelas te busquei
Ah... como eu te procurei.

Te procurei nas feiras livres
Quanta esperança eu tive!!!
Pelas calçadas eu te buscava
Nos rádios e na televisão...
Incansável é este meu coração...
Te buscar é minha lei...
Meu castelo não tem rei...
E minha busca jamais irá cessar
Até o dia em que eu te encontrar.
(Meu anjo eu te encontrei)


Celia Piovesan

Rifa-se um coração

Rifa-se um coração quase novo. Um coração idealista.
Um coração como poucos. Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.

Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.

Um pouco inconseqüente que nunca desiste de acreditar nas pessoas.

Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu: "...não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero...".

Um idealista... Um verdadeiro sonhador...

Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural.

Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras.

Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros.

Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões. Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos.

Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo.

Rifa-se este desequilibrado emocional que abre sorrisos tão largos que quase dá
pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.

Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.

Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções.

Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário. Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer".

Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo. Um órgão mais fiel ao seu usuário. Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga. Um coração que não seja tão inconseqüente.

Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo.

Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree. Um simples coração humano. Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina.

Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e a ter a petulância de se aventurar como poeta.


Clarice Lispector

Amante

Amei um dia e outro,
não são lembranças apenas,
pequenas tolices de ir a lua e sonhar.

Quero-te livre como ondas do meu mar,
brilhando como estrela em céu limpo,
mudando o sorriso em cada toque,
como se nos olhos o amor ficasse.

Tudo seu transforma o dia,
modifica meu jeito de viver,
sou tantos em um, e um só pra você.

Faz-me escravo de suas loucuras,
pede para não mais amá-la,
joga minha roupa sobre a cama,
vem, deita junto uma ultima vez.

Nenhum sonho é realidade,
todas as realidades são sonhos,
viver é comer um pedaço de amor
a cada carinho depois do beijo.

Deixa-me amar como se fosse amanhã,
viver o hoje como se fosse para sempre,
sonhar como se você fosse a rainha,
e eu a vida, para te dar um sonho eterno.

Caio Lucas

domingo, 11 de dezembro de 2011

Velocidade do tempo

Hoje não tenho tempo pra esse tempo
E assim eu vou passando como o vento
Tão rápido e veloz que nem te vejo.

Eu sou assim no firmamento
Aquela estrela luz cadente
Eu sou segundo, de repente,

Sou tanto que você não sente
E assim eu me transformo indiferente.
Eu hoje já não tenho tempo,

E até esqueço de te dar um beijo
Porque os meus minutos não detenho
Eu tento tudo, mas não me entendo,

Então eu sigo assim me esquecendo
Pressinto que estou perdendo,
Aquilo que o coração me pede.

Caito Spina

sábado, 10 de dezembro de 2011

Poetizando...

"Que nunca me falte:
A estrada que me leva...
e a força que me levanta.

O amor que me humaniza...
e a razão que me equilibra.

O pão de todo dia...
e o verso de cada dia!"

A.D