sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O Sol...

Caminho na madrugada
Porque gosto do silêncio
Quebrado pelo barulho do mar
Que me traz o carinho do vento.

Nessas horas moribundas
As estrelas não têm dono
A lua branca é minha vizinha
Gosto da sua companhia.

Eu leio a rima que cai suave
De uma nuvem desavisada
Onde o poeta guardou
Versos para sua amada.

A delicada ternura
Que emana de suas palavras
Desperta-me desejo infindo
De estar apaixonado.

São belos versos dourados
Que brilham quando tocados
Como se tivessem vida
Como pedras encantadas.

Meu caminhar continua
Sem jamais me incriminar
Será que condenariam
Por versos, alguém roubar?

O sol me salva talvez
Quando chega na janela
E acusador, diz à lua:
- Esses versos não são dele!

Continuo caminhando
Mas sem nenhuma alegria
Só uma lágrima rolando
Meu choro de rebeldia.

Talvez um dia, quem sabe
O sol, não mais inimigo
Traga-me em vez de saudade
Versos para eu ter comigo.

E a lua, nesse dia
Emprestará do passado
Toda aquela sua magia
Que encantava enamorados.

As estrelas farão festa
No imenso céu a dançar
O bolero de Ravel
Quiçá a valsa de Strauss.

E eu, declamando versos
Seguirei a caminhar
Buscando no horizonte
O que estou a procurar.

Será que vou encontrar?

da Ciranda dos Poetas

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