sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Animais desprezados

Quero que Deus me ilumine
nesta hora de aflição.
Quero que Deus determine
novas regras, estas não.

Não servem os fins em vista
se a «humanidade» (?), perdida,
ainda quer que eu desista;
viva, de tudo, esquecida.

Eu vi na rua, perdido,
um cão, tão magrinho e só;
desfigurado, aturdido,
patinhas tortas, um dó.

Foi, talvez, atropelado
tempos atrás. Tinha um olho
saliente, destacado;
e muito inchado o sobrolho.

Falhas do pelo, rasinho,
negro, sujo; e, também,
muitas carraças e pulgas.
Dos «seres humanos» (...) Desdém!

Fico doente, enojada,
ao ouvir a tacanhez
da resposta que me é dada
ano a ano, mês a mês,

por quem possui competências
pra solucionar os casos
mais prementes; e, urgências
que não devem ter atrasos:

- Dê-me o nome, o telefone,
para a participação;
local exato e, conforme
o trabalho, lá irão

Os serviços respectivos.
Como se animais ficassem,
(sem estar mortos), inativos
na rua, até que os buscassem!!

Pode não haver ninguém,
para votar entre mil,
uma Lei que obrigue alguém
a ativar um canil?

Neste país de doutores
vomitam-se Leis. Papéis
para que os não cumpridores
fiquem a salvo, infiéis.

Desça do seu automóvel,
presidente, vereador,
e ande nas ruas!... Imóvel
ficará, perante o horror.

Saibam porque não dormi,
me adoece a insensatez.
Animais abandonados...
em casa, já tenho três.

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24/06/2003
Laura B. Martins

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