sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Ser poeta...

O poeta é um universo livre
Um universo sem fronteiras
Tem a liberdade do vento
Na ascensão do pensamento.

O poeta flutua sob o ar
Circula o sistema solar
Escala o céu... aspira a lua
Lê nas estrelas... acompanha o vento
Aquece a neve e dá melodia à chuva.

O poeta vai onde o leva a sua inspiração
Numa impetuosa corrente para acariciar a terra
Beijar o mar... abraçar vales e montes
E fazer despontar novos horizontes
Com o calor do fogo de um vulcão.

O poeta é a voz da natureza
Quando sublima a sua beleza
Na inocência duma criança
Na ternura duma flor
No silêncio duma árvore
Na nobreza duma ave.

O poeta é a rosa-dos–ventos
O clarinete do alerta
Estigmatiza o opressor
Acorda consciências
Condensa sentimentos
Fertiliza a felicidade e desenterra a dor.

O poeta procura a síntese do sonho
Transcende o real e o abstrato
Hora a hora
Ri, soluça, chora
E no papel sustém a sua haste.

O poeta sonhador ou fingidor
Chamem-lhe lá o que for
Tem a essência criadora da liberdade.

Grilhão algum pode prender as suas asas
Porque o poeta viaja sempre
Nas asas do amor.

Teresa Gonçalves

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