terça-feira, 1 de novembro de 2011

Minhas mãos

Tentei ser pura como a água cristalina
Suave como a brisa matutina
Doce como a fragrância da rosa
Manhosa como o regato que corre na montanha.

Mas noto - agora - com o passar do tempo
Uma mudança na rotina de meus gestos
Só me dei conta ao lavar as mãos...

Minhas mãos!
Tão rápidas. Tão ágeis
Com longas unhas vermelhas
Em flagrante contrate com a pele morena.

Todos os meus dedos mudaram
Ficaram ousados
Me perseguem. Chegam primeiro do que eu
Nos lugares. Me desafiam
Com notável desenvoltura!

Minhas mãos estão demasiadamente sensuais
Talvez fosse por isso que por anos
As mantive com unhas curtas, cativa da tesoura
Agora, longas e vermelhas, são lascivas!

Tem vida própria
São marginais de mim
Marcas do pecado. Da hipocrisia
Já não as reconheço
Tão notáveis estão
As minhas mãos!

Delasnieve Daspet

Nenhum comentário:

Postar um comentário