O Hinduísmo, na India, desenvolveu uma bela imagem para escrever o relacionamento entre Deus e Sua Criação.
Deus "dança" a Sua Criação.
Ele é o Bailarino e a Criação é a Dança.
A dança é diferente do bailarino e, no entanto, não pode viver sem ele.
No momento em que pára o bailarino, a dança deixa de existir.
Na sua busca de Deus, o homem pensa demais, reflete demais, e fala demais.
Mesmo ao olhar pra esta dança que chamamos criação, ele está sempre pensando,
falando(consigo mesmo e com os outros), refletindo, analisando, filosofando...
Palavras, palavras, palavras...
Barulho, barulho, barulho...
Fique em silêncio e olhe para a Dança.
Simplesmente, olhe:
Uma estrela...
Uma flor...
Uma folha que envelhece...
Um pássaro...
Uma pedra...
Qualquer parte dessa dança pode ser útil...
Olhe...
Prove...
Cheire...
Toque...
Escute...
Assim fazendo, há esperança de que você veja a Ele o próprio BAILARINO!
(Anthony de Mello, S.J)
Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio.
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
- Perdoai-os! Porque eles não têm culpa de ter nascido.
Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.
Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.
Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte.
Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história.
Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e o mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.
Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.
Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.
Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante
E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.
Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória.
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.
Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada…
Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.
Vinícious de Moraes
Apaixone-se mais pela viagem...
do que pela chegada ao destino,
a primeira opção é mais garantida.
Apaixone-se pelo seu corpo...
mesmo que ele esteja fora de forma, pois de "qualquer forma"
ele é a única casa que você realmente possue.
Apaixone-se pelas suas memórias...
todas são deliciosas e ninguém pode tirá-las de ti,
além de serem excelentes fontes de inspiração nos momentos de dor.
Apaixone-se pelas pessoas...
que estão ao seu lado pois, na caminhada do dia-a-dia,
a pessoa certa é aquela que está
definitivamente ao seu lado.
Apaixone-se pelo sol...
ele é fiel, gratuito,
absolutamente disponível...
e te inunda de prazer.
Apaixone-se por alguém...
não espere alguém apaixonar-se
por você só por garantia e segurança.
Apaixone-se pelo seu projeto de vida...
Acredite!
A vida é única e só a ti pertence.
Apaixone-se pela dança da vida...
que está sempre em movimento dentro da gente,
mas que por defesa teimamos por aprisioná-la.
Apaixone-se mais pelo significado...
das coisas que você conquistar
do que pelo seu valor material.
Apaixone-se por suas idéias...
mesmo que venha julgar
que elas para nada servem.
Apaixone-se por seus pontos fortes...
mesmo que os pontos fracos insistam
em ficar em alto relevo no seu cérebro.
Apaixone-se pela idéia...
de ser verdadeiramente feliz;
a felicidade encontra-se de sobra
nas prateleiras de seus recursos interiores.
Apaixone-se pela música...
que você pode ser para alguém...
Apaixone-se pelo fato de ser humano!
Apaixone-se definitivamente por você!
Apaixone-se por alguém...
O amor e a paixão nos fortalece,
eleva a nossa auto-estima,
a nossa vontade de viver
e a de ser muito mais feliz.
Dirijo-me a você que tem alma simples ou deseja possuir a simplicidade. Por isso não me constrange em lhe oferecer uma rosa. Se você entende a linguagem das flores, o olhar da criança, o gesto do amigo, o sorriso do irmão como expressão de amor, então sei, que será bem recebida a rosa que lhe trago!
A flor é símbolo.
Ela diz tudo que a gente não consegue dizer.
A flor é sorriso.
Ela renova a certeza de estima ou devolve a alegria pela volta do amigo.
A flor é a presença. Ela fica no lugar de quem parte. Lembra seu amor, seu olhar, sua voz, lembra enfim, a pessoa que a ofertou.
Ela deixou de ser uma simples flor, é agora uma rosa ofertada, uma rosa com amor.
A rosa que hoje lhe trago é minha amizade. Para que você não esteja só que tenha alegria e coragem de seguir jornada.
Para que sejamos irmãos; gente que sabe que sozinho não vence na vida e que precisa do outro para crescer. Infelizmente, vivemos num mundo em que muitos desaprenderam o valor de um sorriso ou o símbolo de uma flor-que-se-dá. Desaprenderam que a vida é bela, na medida em que o amor toma conta de nós, e, impregna as palavras e os gestos mais simples de um sentido novo, desaprenderam a olhar além. Além das aparências... além desta terra...
É preciso um olhar de infinito na vida que passa. Só assim se eterniza e nos faz descobrir o essencial que se esconde em cada momento, em cada palavra, em cada passo.
Trago uma rosa para você sorrir de novo, se acaso desaprendeu. Ela lhe há de falar de minha vontade de vê-lo crescer. Da afeição que lhe devoto. Da alegria que tenho em sabê-lo morador do meu planeta e companheiro de retorno para o Pai.
Obrigado pelo dia em que também me ofertar uma rosa.
Será maravilhoso para mim!
Ela será você mesmo.
Você comigo, há de recordar nosso encontro...
Nossos papos no fim da tarde...
Nossa escrita carregada de emoção...
E eu terei novamente
mais vontade de viver...
do livro: Sorria - o amor renasceu
Olho a chuva cair na tarde,
Molhando minhas saudades...
Penso em versos...
Vou construir um poema úmido
Com cheiro de terra molhada.
Leve e perfumado
Como o vento que se enrosca
Nas folhas mortas das árvores
E sibilando as carrega,
Mudando tudo de lugar...
Mudaram com o vento
Os meu sonhos e as minhas emoções!
Rolaram as ribanceiras
Com tanta velocidade
Que me arranhei toda
Com as idas e vindas da vida!
E nas sombras das nuvens
Meu coração se esconde!
Entre um olhar e outro,
Na esfera da fumaça,
A chuva cai.
E na terra que o asfalto comeu
A água se coagula em lama,
Como lágrimas borradas
Na maquiagem!
Eu preciso
Fazer a água escoar pelos
Canais do tempo
Diluindo minhas verdades e mentiras
Apagando minhas inseguranças,
Limpando minhas impurezas,
Fazendo brotar a vida
Na verde folha da paz!
Delasnieve Daspet
Há coisas que não são ditas aos homens.
Sobre o desconhecido e o invisível.
Sobre o que está além do véu...
Sobre o que viaja dentro da alma.
Sobre aquilo que os devas* cantam.
Sobre os sonhos que voam...
Nas asas do coração que viaja, bem além...
Há coisas que os homens não sabem.
Muitas delas, dentro deles mesmos.
Outras, no infinito...
Há presenças invisíveis nos ares.
Sopram com o vento da vida.
E só falam ao coração.
Assim como a vida chama a vida...
O Eterno chama o transitório.
O Espírito chama o Espírito.
O Coração chama o Amor.
Há coisas de que os homens não se lembram.
Coisas do Espírito... Vôos secretos.
Reminiscências de sua própria eternidade.
Ecos de muitas vidas e canções de outrora.
Há coisas que os homens não falam.
Coisas de dentro deles mesmos.
Sensações estranhas e pesadelos.
(Medo do invisível? Vazio existencial? )
Há coisas que os homens sentem no centro da noite.
Coisas que eles fingem não sentir.
Ventos secretos que sopram no invisível...
(Chamados do Espírito? Toques do infinito?)
Sim, há muitas coisas que não são ditas aos homens.
Viagens espirituais* * e danças com as estrelas e devas.
Coisas do infinito, que só o Espírito conhece.
E só o Coração compreende.. .
Sim, aquelas coisas do Espírito e do infinito da vida...
Que só falam ao coração (que sabe a língua do eterno).
E, quando o coração fala ao coração, não há mais nada a dizer!
P.S.: No espaço entre os pensamentos e os sentimentos, o infinito fala no silêncio.
E o que é dito na câmara secreta do coração, ouvidos profanos não podem ouvir.
Quem, em seu coração, compreende isso, compreende o que as palavras não dizem.
Isso não se explica, só se sente... Só se sente... Só se sente...
Paz e Luz.
* Devas - do sânscrito - seres divinos; seres celestiais; divindades; anjos; seres de luz.
** Viagens espirituais - experiências fora do corpo; desprendimentos espirituais; viagens astrais; projeções astrais; viagens extrafísicas; vôos do espírito; projeções da consciência; viagens fora do corpo.
Quem é você?
Que tomou tantas dores que não eram suas
Que suportou horrores por quem não merecia
Que balsamizou as feridas de tantos
Que depois lhe seriam dadas, impostas...
Será que você sabia...
O que o homem faria, com o amor que lhe deu?
Será que pressentia, naquele tempo e sempre
Até hoje e algum dia...
Os abutres terríveis que defendeu?
Quem é você?
Que não apertou minha mão
Que eu não vi seu rosto, nem o brilho dos seus olhos
Mesmo assim eu insisto em crer
E me emociono ao pensar em você
Você sabe porque?
Que lei insana é essa, que me decreta
Incondicionalmente lhe amar
Mesmo sem querer, sem precisar
Apenas sentindo e eu nunca hei de contestar?...
Quem é você...
Que provoca paradoxos tão grandes
Que alguns o julgam uma mentira infame
E outros se envergonham de confiar em ti?
Será que você imaginava
Que poderia ser assim?
Eu não sei quem você é, de onde veio, para onde foi
Tudo que eu sei... com você eu sempre contei
Você foi a mão estendida... a porta aberta... a luz...
Dizem que o seu nome é...
Jesus!
Quando fico no escuro
E as estrelas aparecem
Não importa a situação
Os dedos tocam os sonhos
E te buscam na eternidade
De uma canção.
Cansei de andar só
Como um pardal na chuva
E sem usar as máscaras permitidas
Mal consigo sobreviver...
Para fechar o ciclo
Não busco piedade
Sigo pela estrada, caminhando...
Quando as trevas se fecham em delírios
Quando as estrelas não brilham
Lágrimas queimam a minha alma
E escurecem a minha noite.
Delasnieve Daspet
Como podemos fazer sofrer tanto quem amamos
Sendo inconseqüentes em muitos de nossos atos
É um auto-flagelo das coisas boas que carregamos
Momento de imperfeição do desalento espírito revelado.
Não há motivos que expliquem a falta estampada
Uma vez que no amor cedemos um fragmento de nós
Seria óbvio cuidá-lo com afago evitando a mágoa
Desatando os entrelaços do egoísmo feroz.
A face da sua dor nunca se revelará completa a minha
Visto que a culpa pode encobrir-se por mascaradas atitudes
As quais só podem brotar férteis sementes da solidão.
Por isso desculpe-me por te fazer sofrer
Pois sei que o amor se recupera ao sofrimento
Mas não oculta as cicatrizes do coração.
Autor: Jorge Jacinto da Silva Junior
Sentada à beira do mar
Olho o oceano com amargura
E no quebrar distante das ondas
Espero.
Tudo é tão louco
Aqui estou sentada
Esperando que chegues
Que fiques.
Minha ansia é tanta
Tão intensa que sobrepuja
Todo pensamento e sensação!
Está muito dificil
Esperar tua chegada.
Contemplo o mar, a rua
Todas nuas e secas!
Difícil contar os segundos
Indagando ao tempo
Cada minuto morto.
Venhas hoje antes que seja ontem!
Delasnieve Daspet
Meu jardim ficou mais iluminado
Cheinho cheinho de flor
Surgiu o lírio apaixonado
Inundando os ramos de amor.
- Rose Arouck - RJ
Meu jardim ficou mais cheiroso
Com o desabrochar de uma flor
Um jasmim cobiçoso
Encheu meu coração de amor.
- Candy Saad -
Meu jardim encantado
Exala o perfume do amor
Daquele amor apaixonado
Carregado de ternura e calor.
- Clara da Costa -
As flores do meu Jardim
São regadas com amor
Não as plantei para mim
Mas para a mais linda flor
- JRonaldo - JR
No meu jardim primaveril
Ouço as risadas dos pardais
Vejo as colorações de abril
Sinto as energias vitais.
- Orlando Caetano - Leiria
Meu jardim de rosas abertas
Com perfumes a exalar
Meu coração a espera
Todo amor que elas podem dar
- Etrel@ -
Meu jardim ficou mais lindo
Depois que encontrei meu amor
Pois vejo em cada cantinho
Seu rosto em forma de flor.
- Yeda Soares Chiviacowsky -
Em meu jardim tão colorido
Cantam pássaros, brotam flores
É um perfume tão sentido
Nesta terra dos amores.
- Shir Ellinger - IL
No jardim do coração
Apenas seu amor cultivo
Flor eterna da comunhão
Estação de paz onde vivo!
- Anna Peralva -
Meu jardim ficou mais bonito
Depois que te conheci
Pois cada flor que cuidava
Eu me lembrava de ti.
- Clarice Wiec -
Mando-te do meu jardim
Dentre todas, a mais bela
Uma linda flor amarela
Para lembrares de mim!
- Eri Paiva -
Na saudade vou deitar
Sem mais nada pensar
Hoje só quero sonhar
Até o sol na lua encostar.
- Maria Thereza Neves -
Meu jardim é encantado
Nele existem duendes e fadas
Flores de todas as cores
Exóticas e perfumadas.
- Antonia Nery Vanti (Vyrena) -
Pequeno jardim florido
Tem carinho, tem amor
Deixo ao meu bem querido
Um lugar encantador.- Vania de Castro -
Nessa época meu jardim
Perde um pouco seu encanto
Agora é a vez das frutas
Mangas, sapoti, jenipapos
Seriguelas, cajás, goiabas
Revezam por enquanto...
- Luiza Benício -
És o raio de luz que surge
Para prencher o vazio de minha loucura
Cheia de escuridão...
.
Desvairada, eu me escondo na sua sombra
E no silêncio da sua profundeza
Encolho-me no sono que acalma...
.
E lá, dentro do infinito, descubro
O seu olhar, úmido, como o orvalho da manhã
No encontro de sonhos e de ternura
O seu sorriso que me faz especial.
.
E, eis-me, feliz, como uma criança
Lambuzada de infinitude
Algodão-doce do sonhar...
Delasnieve Daspet
Se por hoje, somente por hoje, você decidisse fazer algumas loucuras, realizar alguns sonhos mais doidos da alma, como viajar de avião, saltar de bungee-jump, ou andar naquela montanha russa enorme. Jogaria fora todos os medos e preconceitos e seria simplesmente feliz.
Se por hoje, somente por hoje, você largasse esse orgulho enraizado, e perdoasse aquela pessoa que você afastou da sua vida, e inesperadamente se aproximasse dela e a abraçasse, se deixasse fluir toda essa generosidade que há em você.
Com certeza as suas costas ficariam mais leves, seus ombros voltariam ao normal... e o seu sorriso... Ah! O seu sorriso diria tudo de bom!
Se por hoje, somente por hoje, você se amasse muito, valorizasse o que tem de melhor, se esquecesse por instantes os defeitos e problemas, se concentrasse no seu sucesso... Você iria causar uma pequena revolução.
Transformaria vidas, quebraria cotas, recordes, superaria o insuperável, o inimaginável... Que é o limite que você impôs a si mesmo.
O mundo iria dormir melhor, com essa certeza:
Você é capaz de muito mais...
É só uma questão de decisão.
Só por hoje, ame-se com paixão, não com piedade, dó ou pena...
Dedique um tempo para satisfazer a sua alma!
Porque o que vale é o Hoje, o Agora...
Amanhã é um projeto que ainda está na prancheta do tempo.
Somente por hoje...
BASTE-SE!
Paulo Roberto Gaefke
Ela pode ser o rosto que eu não consigo esquecer
Um traço de prazer ou de arrependimento
Talvez meu tesouro ou o preço que eu tenho que pagar
Ela pode ser a música que o verão canta
Talvez o frescor que o outono traz
Talvez uma centena de coisas diferentes
No espaço de um dia
Ela pode ser a bela ou a fera
Talvez fartura ou a fome
Pode transformar cada dia em um paraíso ou em um inferno.
Ela pode ser o espelho do meu sonho
O sorriso refletido no rio
Ela pode não ser o que parece ser dentro de sua concha
Ela, que sempre parece tão feliz no meio da multidão
Com os olhos tão pessoais e tão orgulhosos
Mas que não podem ser vistos quando choram
Pode ser o amor que não espera que dure
Pode vir das sombras do passado
Que eu irei me lembrar até o dia de minha morte.
Ela talvez seja o motivo para eu sobreviver
A razão pela qual eu estou vivo
A pessoa que cuidarei através dos difíceis e imediatos anos
Eu, eu pegarei as risadas e as lágrimas dela
E farei delas todas minhas recordações
Para onde ela for, eu tenho que estar lá
O sentido da minha vida é ela.
Quando chegas de mansinho
Bem devagarzinho e me abraças por trás
Sinto teu hálito quente em minha nuca
Arrepio-me inteira...
Boca linda!
Teus lábios nos meus
Lábios peregrinos
Lábios macios
Tão ávidos...
Beija-me nas faces, nos olhos
Passeias pelos meus lábios com tua língua
Num deslizar de carícias...
Rendo-me a ti em delícias
Beijo-te
Desejo-te!
Embriago-me de ti...
Sedução...
Fascínio...
Murmúrios... Arrepios...
Ponta da língua...
Fragrância de amor no ar...
Tua boca exige minha boca
Beija-me com loucura...
Bocas sugam
Línguas lambem...
Nossos sexos beijam-se.
Candy Saad
Sou uma libélula livre do casulo. Alcanço voo fugindo da escuridão...
Tenho asas frágeis e transparentes... que explodem em energia.
Sou magia... mistério... e fascinação.
Minhas asas enfraquecem o peso da realidade...
Possuo alma mística e compaixão.
Sou a comunicação com o mundo transcendental...
Tenho a leveza impregnada em minha composição...
Na boca da noite, sou atraída pelo fictício brilho da luminosidade...
E na busca incansável da imortalidade... debato-me em chamas agonizantes.
Carrego nas asas... estigmas de uma lenda...
De um passado distante, em que um dia fui dragão...
Espargindo luz com meu hálito de fogo...
Hoje... sou apenas mulher... que chora de saudade...
Vou em busca da comunicação, onde possa haver intimidade... cumplicidade...
E transformação...
Autora: Márcia Portella
Embora o gritante som
Da dor da tua ausência
Teime em lembrar-me do nosso amor
Que está tão vivo em mim...
O sol desapareceu no horizonte
Tudo se tornou tão vazio e frio!
Fico a recordar...
Teu cheiro no ar
Tua cabeça em meu peito
Como amavas ficar...
Dizias baixinho:
”– O peito da mulher é quase vida.
O teu é minha vida!
É meu repouso...”
Hoje, se tu me olhares
Verás que o sorriso fechou
Os olhos estão sem brilho
As mãos frias
O coração queima...
Espero na aurora do dia
Ouvir tua voz
Cantando os versos que fiz
Para beijar teus ouvidos!
Candy Saad
Em cada verso que traça, o poeta encontra graça
e vai pincelando flores que pela vida colheu...
Se acaso descreve a dor, é certo que já sofreu
A desilusão do amor... Quando fala da alegria
Sua alma fantasia o sonho que não morreu...
Às vezes finge emoção que não tem no coração
só para enganar a vida e acalentar a alma
que suspira de saudade, da doce felicidade!
Esther Ribeiro Gomes
O poeta é um universo livre
Um universo sem fronteiras
Tem a liberdade do vento
Na ascensão do pensamento.
O poeta flutua sob o ar
Circula o sistema solar
Escala o céu... aspira a lua
Lê nas estrelas... acompanha o vento
Aquece a neve e dá melodia à chuva.
O poeta vai onde o leva a sua inspiração
Numa impetuosa corrente para acariciar a terra
Beijar o mar... abraçar vales e montes
E fazer despontar novos horizontes
Com o calor do fogo de um vulcão.
O poeta é a voz da natureza
Quando sublima a sua beleza
Na inocência duma criança
Na ternura duma flor
No silêncio duma árvore
Na nobreza duma ave.
O poeta é a rosa-dos–ventos
O clarinete do alerta
Estigmatiza o opressor
Acorda consciências
Condensa sentimentos
Fertiliza a felicidade e desenterra a dor.
O poeta procura a síntese do sonho
Transcende o real e o abstrato
Hora a hora
Ri, soluça, chora
E no papel sustém a sua haste.
O poeta sonhador ou fingidor
Chamem-lhe lá o que for
Tem a essência criadora da liberdade.
Grilhão algum pode prender as suas asas
Porque o poeta viaja sempre
Nas asas do amor.
Teresa Gonçalves
Como que envolvida em pétalas de rosas
Sinto teu perfume trazido pelo vento
Estremeço com teu quente respirar
Quando me beijas a nuca de mansinho...
Quanto encantamento!
Momentos tão intensos
Olho para o céu
A lua brilha no brilho do teu olhar
Como num encanto
Um beijo faz o tempo parar...
Aprendi a iluminar minha face de desejos
Que nas palavras existem muito mais que mero ar
A não sucumbir ao desespero
A conviver com os obstáculos
A olhar à frente – e seguir!
.
Ah! minha casa pequenina...
Ainda estarás aí?
Acolherias um náufrago
Que quer retornar a ti?...
Candy Saad
Sim, somos loucos...
Podem discordar de nossa ótica
Mas não podem nos ignorar...
Somos nós, os loucos
Que vemos diferente
Imaginamos formas nas sombras
Cores no vento, odores em nomes
Damos vida à vida fria que vivem...
Loucos, sim! Que bom que somos loucos
De nossa mente insana brotam lírios
perfumados lírios em palavras
Que embelezam a fria escuridão
Do olhar vazio...
É a loucura que nos envolve
Que nos faz criar e imaginar a possibilidade
De que poderíam conviver em paz
O universo de seres vivos que habitam
Os planetas imaginários da galáxia...
Confesso, somos todos loucos
Os poetas são loucos
Embora as coisas não sejam fáceis
Em meio a tantas queixas não aceitam a situação
Não a deixam como está...
Não podendo transformar os fatos
Questionam, cobram, imaginam, inventam, realizam, resolvem...
Somos loucos, para que negar?!
A loucura nos faz gritar e sorrir
Descobrir, dentro de nós, novos caminhos
Buscando a esperança.
Loucos, deixam rolar uma lágrima,
Gota de sal a morrer nos lábios,
Correm para mudar o mundo
Na melodia que ainda está sendo escrita...
Por que não?
Delasnieve Daspet
Ilusões do amanhã
"Por que eu vivo procurando um motivo de viver
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver, se não for para mim, que seja pra você...
Mas às vezes você parece me ignorar
Sem nem ao menos me olhar
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um, o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo, que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer, eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor."
Ele tem 28 anos, com idade mental de 15. Se uma pessoa assim acredita tanto, porque as que se dizem normais não acreditam?
PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE)
Este poema foi escrito por um aluno da APAE, chamado, pela sociedade, de excepcional...
Excepcional é a sua sensibilidade!