terça-feira, 1 de maio de 2012

Por mim, e por vós, e por mais aquilo que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo: ... quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras? Tudo. Que desejas?
 - Nada. Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada. Levo o meu rumo na minha mão.
 A memória voou da minha fronte. Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte. Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão! Estandarte triste de uma estranha guerra...)
Quero solidão.
(Cecília Meireles)

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