segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Ouvindo o Mar

No silêncio da noite
Ouço o mar.
Ondas que vem e vão.
Que batem na areia, incessantemente.
Ecoam na noite quebrando o
silêncio do verão.

A solidão já está acompanhada.
O marulhar entra n'alma
e torna o estar só agradável.

É grande o prazer de imaginar
que somos nós - o mar e eu
fortalezas inconquistáveis
no fluxo e refluxo da vida.

A infinita solidão quebrada
pelo vento, pela maresia, se traduz
num suspiro que corta a noite...

Um gemido, nítido, uma voz,
o vento corta o ar.
...e as lágrimas morrem nos lábios
salgados de saudades.

E a paixão dolorosamente esquecida,
fica trancada - vendo o tempo passar...
e no vem e vai, no vai e vem,
nas dobras do tempo, a vida se esvai.

O vento, a areia, o sol, o sal,
o quero-quero, as gaivotas, as pessoas,
eram apenas fantasmas que anunciavam
a troca dos dias...
Dias - que esqueci de notar na emoção
que enfeita cada movimento do viver!

A noite está silenciosa.
Noite de verão à beira mar
é bálsamo à alma.
E a lágrima triste que vira espuma
é inquietude, noiva da saudade
que aumenta na proporção das ondas
que batem na areia...

Delasnieve Daspet

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